segunda-feira, 1 de junho de 2009

Festas Juninas: forró, quadrilha, fogueira, comida de milho, quentão, fogos....

"Vôti, iapoi", chegamos (rapidamente) ao mês de junho, e com ele vêem as festas juninas, manifestação mais típica e tradicional do meu querido nordeste brasileiro.

As festas religiosas do casamenteiro Santo Antônio(13), e dos que trazem chuva São João(24) e São Pedro(28) resgatam a devoção do sertanejo que aproveita as festividades para fazer mandinga e agradecer as chuvas que regam as lavouras.

"Meu povo não vá simbora/ Pela Itapemirim/ Pois mesmo perto do fim/ Nosso sertão tem melhora."

Em razão da boa época para a colheita do milho, as delícias feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha. As festas são celebradas ainda com decoração de lindas bandeirolas coloridas; com o calor das enormes fogueiras; com as danças e brincandeiras (quadrilhas com casamento matuto e cheio de amalamanhado, pau de sebo, pescaria, ...); regadas a quentão e outras bebidas à base de meiota; e, é claro, ao som de muito forró, ou arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó... arretado demais, abestado!!!

Lembro-me, nostálgica, da minha infância na casa de voinha em que tios, tias, primos e mais uma ruma de parentes em vários graus se reuniam dias antes da festa máxima de São João, cada um com seus afazeres: cortar madeira pra fogueira, descascar milho sem rasgar a palha, ralar (muito) côco, mexer tacho, enfeitar de bandeirinhas, convidar zabumbeiro e cia... enfim, um zumzumzum danado pra realizar a festança. Essa tradição familiar foi se perdendo com o tempo (infelizmente!). E dando espaço para as festas gigantes, com palcos e bandas, apresentações de centenas de quadrilhas, grandes "feiras" de artigos e comidas que fazem parte do cotidiano nordestino. Hoje, as festas juninas movimentam a economia da região.

Durante os anos em que morei em Campina Grande/PB faziamos bolão pra ver quem conseguia estar mais presente durante os 30 dias de forró do Parque do Povo. A palhoça do Zé Lagoa tinha rala-buxo de segunda a segunda:

Eu fui feliz, lá no Bodocongó,
Com meu barquinho, de um remo só,
Quando era lua, com meu bem, remava atoa,
Ai, ai, ai, que vida boa,
Lá no meu Bodocongó.

Bodó, bodó, bodó, bodó, congó,
Meus canário verde, ai meus curió,
Bodó, bodó, bodó, bodó, congó,
Minha Campina Grande, eu vivo aqui tão só !

Bodocongó,
Eu vivo aqui tão só !...
Eu vivo aqui tão só !...
Bodocongó.
(Bodocongó, Luiz Gonzaga)

Entitulado como O Maior São João do Mundo, Campina Grande continua sendo o destino principal de um "magote" de turistas que buscam conhecer um pouco dessa lambança. Lá tem trem do forró, tem a pirâmide, tem cidade cenográfica, centenas de atrações espalhadas entre palco principal e seus palhoções... é o pipôco!


Esse ano eu queria poder conhecer muitos outros locais dessa festa, mas acho que não vou poder ir pra nenhum porque tô atolada de coisa pra estudar... ô bizonhice! Mas ainda vou tentar dar uma escapulida pra um desses destinos:

>>> Caruaru/PE
>>> Bananeiras/PB
>>> Solânea/PB
>>> Patos/PB
>>> Aracaju/SE
>>> Recife/PE

Mesmo que num dê jeito pra eu viajar, ainda vai rolar o São João - o Melhor da Gente aqui em Jampa mesmo, então não tem escapatória...
Aproveite e escolha também o seu! As programações e atrações de cada local tão porreta demais!!! Meu Bravo e eu vamos estar na mundiça ao som de Gonzagão:

O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou

Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão

E Viva São João!

Um comentário:

Síndica Giselle Rocha disse...

Neguinha..o texto tá lindo demais!! Infelizmente, esse ano vou ficar por aqui, pois comecei num trabalho novo e tõ sem tempo pra ir. Mas como síndica tentarei fazer uma festança...pra matar a saudade com direito a fogueira e tudo. beijos!