terça-feira, 18 de agosto de 2015

♫ Debaixo dos caracóis dos seus cabelos...♪


Quem me conhece sabe que não sou muito tanto quase nada vaidosa. Quando necessário uso umas roupas bacaninhas, prefiro sempre o conforto em peças do vestuário, gosto de me lambuzar com uns poucos produtinhos que protegem a pele (ex. protetores solares e hidratantes), no quesito maquiagem me restrinjo ao velho batom de guerra e, em algumas ocasiões, um delineador pra 'deixar o olhar marcante'. No entanto, a maior parte do orçamento em estética é, sem dúvida, investido no cabelo...

Em março deste ano postei no meu finado face:

Um anúncio publicitário que me emocionou, pela identificação, pela valorização, por fazer refletir no que acredito atualmente.
Comecei a alisar meu cabelo muito cedo, aos 13, 14... Odiava os cachos, odiava o crespo... enfim, não tinha amor pela minha cabeleira.
Só durante a gravidez, impedida de alisar ou colocar qualquer química no cabelón, refleti sobre essa trajetória, o tanto do meu eu que tinha ficado lá atrás, do quanto isso negava minha identidade negra e, principalmente, de como transferir esse orgulho na aceitação dos cachos por minha filha.

Hoje, novamente cacheada, sou sincera em dizer que amo cachos, não pretendo voltar a alisar e, mesmo naqueles dias mais desgrenhados, agradeço por tê-los exatamente assim.

Publicitários brasileiros, aprendam! Ultimamente as campanhas nacionais têm ido na contramão do que o mundo pede.


[pausa dramática]

#sentaquelavemestoria

Alisei as madeixas desde a adolescência. E assim continuei minha árdua saga em estirar as madeixas à base de todo produto milagroso que surgia do momento. Sobrevivi aos subversivos que faziam esvaziar os salões por conta do cheiro forte. Passei pelas progressivas, testei várias até engatar na minha fase mais madura (cof! cof!), quando parti sem medo pras queridinhas selagens térmicas. Até que engravidei, quando me ocorreram as reflexões acima.


Enfim, todo esse papo é pra dizer que assumir os caracóis, lindamente cantados por Roberto, chega a ser um pacto numa irmandade. De longe, prefiro as madeixas cacheadas, com muito volume e cheio de forma. Entretanto, o custo para se conseguir isso vai muito além do quesito financeiro, chegando a atingir níveis espirituais!


Ao abolir as químicas capilares, desejei que o cabelón voltasse ao 'natural' saudável como outrora. Engano total! Foi quando investi num Cronograma Capilar, que é a programação das etapas de reposição hídrica (hidratação), lipídica (NUTRIÇÃO) e proteica (RECONSTRUÇÃO). Em síntese, o aspecto do fio é definido pelo fator entre perdas e reposição de nutrientes, que deve seguir ciclos para melhor resultado. 

Para saber qual a carência do seu fio é preciso analisar elasticidade, força, resistência e vitalidade. No início foi difícil definir meu Cronograma porque meu cabelo estava estupidamente seco, quebradiço e sem elasticidade. Mal conseguia fazer o teste do fio. Então, comecei com o mais básico:

Cronograma Capilar Básico. Fonte: A autora.

H = Hidrataçao
N = Nutrição (eu sempre fazia junto com Umectação - com óleo de côco ou azeite, recomenda-se intercalar a combinação U + N) 
R = Reconstrução

Há variações conforme o caso e tipo do cabelo. Atualmente, faço apenas uma hidratação semanal combinada à nutrição e continuo com uma reconstrução mensal (não se pode exagerar nessa etapa, então prefiro reduzir e já cheguei a eliminar em meses que percebi uma boa elasticidade dos fios).

Infográfico com dicas de Como saber se o cabelo precisa de H, N ou R. Fonte: http://jurovalendo.com.br/


Para seguir o cronograma, deve-se seguir a sequência H, N e R, sempre com lavagens com shampoo habitual. Nesse caso, descobri o ciclo vicioso constituído por shampoos a base de sulfato e produtos derivados de petróleo (petrolato, óleos minerais, vaselina, parafina líquida) ou silicones não solúveis em água causadores de muitos danos para as cacheadas. Para entender, foi fundamental a participação no grupo do facebook No e Low Poo para iniciantes. Super-resumido:
  • No-poo: corta-se totalmente o uso de sulfatos, assim como substâncias insolúveis em água, ou seja, não se usa shampoo.
  • Low-poo: utiliza-se shampoos sem sulfatos, com substâncias que não agridem os fios.
  • Co-Wash: por não usar shampoo ou reduzir seu uso nas técnicas acima, é também empregada a lavagem com condicionador (que não tem petrolatos nem silicones insolúveis).
Quer se aprofundar no assunto? Entra no grupo que indiquei aí em cima, ou ainda acessa o blog Cacheia que sigo no insta, ou melhor se joga na loja do Meu Cabelo Natural pra conhecer/entender muitos dos produtos liberados.



Hoje, sou satisfeita com os meus cachos, sigo o Low-poo dentro de um Calendário mais enxuto e priorizo produtos com substâncias mais naturais (inclusive com misturinhas caseiras). Apesar de exigir cuidados diários mais intensos, atualmente meus fios são muito mais saudáveis. 

Mãe e filha cacheadas - Março/2015. Fonte: Arquivo pessoal.

Em postagens futuras apresentarei alguns produtos e receitas que já utilizei e os respectivos resultados. 
Beijos