Nesses dias resolvi mudar o 
caminho de ida ao trabalho. Apesar de tomar uma rota maior, a distância 
pôde ser amenizada pela verde e tranquila paisagem que margeia a PB-008.
 Diferentemente do usual percurso que costumo seguir pelo sufoco da 
BR-230 [via Viaduto Sorisal], o trajeto alternativo é livre de trânsito,
 barulho ou adversidades.
Dirigi
 serena, ouvia o reggae de amor e fé da Leões de Israel, e pensava no 
quanto as turbulências cotidianas nos privam de momentos como aqueles...
 de paz... reflexão... e [re]encontro consigo mesma! Num auto-diálogo, 
perguntava-me como os sonhos de outrora se 'metamorfosearam' nos de 
agora (?), se existia limite para as mudanças de pensamentos (?), quanto
 tempo eu deveria perder com determinados desafios (?),... tantas 
dúvidas, nenhuma resposta e apenas uma certeza: a solidão necessária.
Na
 companhia dela é possível encontrar verdades nem sempre bem aceitas, 
contradições que despertam os instintos travestidos de emoções 
mesquinhas, e [o que é melhor!] sem a exigência de ser racional. Perdida
 em divagações, eis que passo por onde havia um majestoso pé de 
oliveira, era parada obrigatória da molecada que ia e vinha do bairro 
dos Bancários à praia do Cabo Branco. Tantas vezes cruzei aquela trilha,
 ia em algazarra, toda arrumadinha, e voltava molhada, com sal de praia,
 cheia de areia. Sem cerimônia, desviávamos direto pr'aquela árvore que 
nos fornecia infindáveis frutos arroxeados e deliciosos que tinham o 
eterno gostinho de quero mais... huumm... cumprimentávamos e 
agradecíamos aquela tão generosa oferta...



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