Nesses dias resolvi mudar o
caminho de ida ao trabalho. Apesar de tomar uma rota maior, a distância
pôde ser amenizada pela verde e tranquila paisagem que margeia a PB-008.
Diferentemente do usual percurso que costumo seguir pelo sufoco da
BR-230 [via Viaduto Sorisal], o trajeto alternativo é livre de trânsito,
barulho ou adversidades.
Dirigi
serena, ouvia o reggae de amor e fé da Leões de Israel, e pensava no
quanto as turbulências cotidianas nos privam de momentos como aqueles...
de paz... reflexão... e [re]encontro consigo mesma! Num auto-diálogo,
perguntava-me como os sonhos de outrora se 'metamorfosearam' nos de
agora (?), se existia limite para as mudanças de pensamentos (?), quanto
tempo eu deveria perder com determinados desafios (?),... tantas
dúvidas, nenhuma resposta e apenas uma certeza: a solidão necessária.
Na
companhia dela é possível encontrar verdades nem sempre bem aceitas,
contradições que despertam os instintos travestidos de emoções
mesquinhas, e [o que é melhor!] sem a exigência de ser racional. Perdida
em divagações, eis que passo por onde havia um majestoso pé de
oliveira, era parada obrigatória da molecada que ia e vinha do bairro
dos Bancários à praia do Cabo Branco. Tantas vezes cruzei aquela trilha,
ia em algazarra, toda arrumadinha, e voltava molhada, com sal de praia,
cheia de areia. Sem cerimônia, desviávamos direto pr'aquela árvore que
nos fornecia infindáveis frutos arroxeados e deliciosos que tinham o
eterno gostinho de quero mais... huumm... cumprimentávamos e
agradecíamos aquela tão generosa oferta...
Fim
da rota! Ao chegar ao meu destino, sentia-me apenas satisfeita comigo
mesma. Sem qualquer explicação, parecia que eu havia encontrado a
solução para todas as questões... ou ela havia me encontrado?! Mais um belo dia de batente! Obrigada, Senhor!
Tem
comercial que é tão criativo que podemos considerar obra de arte.
Literalmente! É o caso da peça publicitária do [excelente] whisky
Johnnie Walker que tem chamado a atenção nos últimos dias: ®KEEP WALKING, BRAZIL.
De
forma poética, o vídeo de 1 minuto apresenta uma estória cheia de
significado cujo cenário é a cidade do Rio de Janeiro. Assista-o, leia o
texto que descreve a lenda do seu personagem... e diga se não ficou uma
perfeição! Parabéns a todos os profissionais envolvidos [que não foram
poucos]!!!
. No início dos tempos, na parte sul das Américas, habitava um gigante. Um dos poucos que andavam sobre a Terra. Gigante
pela própria natureza, e sendo natureza ele próprio, era feito de
rochas, terra e matas, que moldavam sua figura. Pássaros e bichos
pousavam e viviam em seu corpo e rios corriam em suas veias. Era como um
imenso pedaço de paisagem que andava e tinha vontade própria. Caminhava
com passadas vastas como vales e tinha a estatura de montanhas
sobrepostas. Ao norte, em seu caminho, encontrava sol quente e brilhante
nas quatro estações do ano. Ao sul, planaltos infindáveis. A oeste,
planícies e terras cheias de diversidade. E a leste, quilômetros e
quilômetros de praias onde o mar tocava a terra gentilmente, desde
sempre. Havia também uma floresta como nenhuma outra no planeta. Tão
grande, verde e viva que funcionava como o pulmão de todo o continente à
sua volta. Mesmo diante de tudo isso, um dia, enquanto caminhava, o gigante se inquietou. Parou
então à beira-mar e ali, entre as águas quentes do Atlântico e uma
porção de terra que subia em morros, deitou-se. E, deitado nesse berço
esplêndido, olhou para o céu azul acima se perguntando: "O que me faz
gigante?". Em seguida, imaginando respostas, caiu em sono profundo. Por
eras, que para os gigantes são horas, ele dormiu. Seu corpo gigantesco
estirado, o joelho dobrado formando um grande monte, uma rocha imensa
denunciando seu torso titânico e a cabeça indizível, coberta de árvores e
limo. Dormiu até se tornar lenda no mundo. Uma lenda que dizia que o
futuro pertencia ao gigante, mas que ele nunca acordaria e que o futuro
seria para ele sempre isso: futuro. No entanto, com o passar do tempo ficou claro que nem mesmo as lendas devem dizer "nunca". Depois de muito sonhar com a pergunta sobre si, o gigante finalmente despertou com a resposta. Acordou, ergueu-se sobre a terra da qual era parte e ficou de frente para o horizonte. Tirou então um dos pés do chão e, adentrando o mar, deu um primeiro passo. Um passo decidido em direção ao mundo lá fora para encontrar seu destino. Agora sabendo que o que o faz um gigante não é seu tamanho, mas o tamanho dos passos que dá.
®KEEP WALKING, BRAZIL.
Gostei
da 'bajulação' ... afinal, deixamos de ser o tão aclamado país do
futuro, para protagonizar entre as nações-estrelas ditas grandes
potências. Ainda falta muito para alcançar nosso melhor: mais educação e
saúde, menos corrupção e impunidade. Seguindo adiante, com certeza,
chegaremos lá!!!
Além dessa indicação, repasso a matéria do Jornal do Comércio de Pernambuco recomendada pela querida amiga Giselle: Reencontros.
Nela
são rememoradas estórias sobre as vidas de nordestinos, numa narrativa
que enaltece as batalhas cotidianas que passaram desde suas devidas
apresentações de outrora. Nina, Deca, Pretinha, Marciano, Osmundo,
dentre outros... Pessoas com histórias, sonhos, personalidades e
decisões completamente diferentes mas que seguiram adiante, aprendendo
com os tropeços e desafios, ensinando que desistir nunca foi opção.
Ainda não terminei de ler todas, mas, aos poucos, vou incorporando a
leitura acerca desses "gigantes pela própria natureza"...
Não
vou me estender com divagações sobre a quantidade de caraminholas que
têm me consumido após o contato com essas produções... deixo isso para
os próximos debates, quem sabe até regados de um bom JW Label?! E aí,
topa?