sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Lembranças do dia em que nasci...


Por essa semana andei completando ano e antes da data preferi suprimir o dia em redes sociais diversas. Não que me importune com as congratulações ou seja uma chata de galocha metida a eremita. Muito pelo contrário, gosto das felicitações e todo auê que envolve a data de meu aniversário, fazia até baladas outrora, mas precisava de uma passagem reflexiva, de busca de um EU meio esquecido, talvez até suprimido. E quaisquer distrações muito atuais poderiam impedir o exercício ... estava certa! Pratiquem e apreciem as descobertas de seu EU há muito esquecido. Eis parte das minhas...



Há pouco mais de 35 anos, uma jovem de família religiosa se viu há espera de um bebê não planejado. Estava em um relacionamento sério com outro jovem, engenheiro recém-graduado, ainda não empregado, porém sem a oficialização matrimonial entre os amantes. Provavelmente, foi um choque para os pais que tinham outros planos para a caçula dos sete filhos.




Apressou-se o casório, os conformes e o abrigo. Na sequência, novo enxoval, seria menina! Grandes transformações, muitas responsabilidades. Imaginei os temores dessa jovem, como ela se sentia, haveria amparo, seria feliz?...




Chegada as dores do parto, foi levada numa manhã ao grupamento de engenharia do exército, a criança não quis nascer logo, passou-se horas, uma noite inteira, madrugada adentro... ela sozinha, não podia ter acompanhante. Não se falava em direitos da gestante, precisava fazer parir e pronto, sob qualquer condição.




O dia seguinte sofreu tanto quanto, andava léguas pelos corredores. Á tarde, decidiram [por ela] que seria feita uma cesárea, não esperava. Nasci às 15.40h, ela certamente chorou, me olhou e fez uma oração baixinho, talvez gesticulou os lábios, mas eu sabia: seríamos felizes juntas!



E como fomos! ♥♥


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O que fiz e o que quero fazer? Manual prático de sonhos 2014 - 2015


Prometi a mim mesma fazer uma retrospectiva de 2014, seguida de objetivos para 2015... antes de findo o ano passado. Pois é, nem deu!

Mas antes que eu vagueie sem muito rememorar ou sequer reavivar os sonhos, vou tentar nesse post de pleno fevereiro, me redimir comigo mesma :)

2014 foi um ano cheio de grandes acontecimentos: Kaylinha começou a andar no início do ano, assim como deixou de mamar na sequência; viajamos ao Rio em família (e que lindeza de lugar é esse? necessitamos voltar urgente!); muitas saudades daqueles que já não estão nessa vida nos preencheram; teve caba rotulando 'mulheres que mereciam ser estupradas'; rolou Marco Civil, copa do Mundo de Futebol, eleições presidenciais e para governador (diga-se de passagem foi tensa e divisora em muitos aspectos), ativismo negro, de cabelo, feminista, nordestino, de dados abertos, etc etc; Kaylinha passou a falar (e muito!) e brincou muito (fantasiou-se, pulou marchinha, brincou de água, areia, praia, parque, teatro... ); muitos encontros e desencontros; grandes perdas na literatura, música e outras artes; amigos que casaram, que tiveram filhos, inciaram projetos, encerraram outros, muitos a apoiar, tantos apoiadores; enfim, sobrou aprendizado!

Para 2015, espero:


  • melhor organização financeira;
  • envolver-se mais com o outro;
  • leituras saudáveis;
  • explorar o universo;
  • deixar o sedentarismo;
  • ser mais decidida;
  • abraçar causas locais;
  • engajar-se em causas mais abrangentes;
  • escrever com frequência;
  • aplicar desescolarização;
  • alavancar empreendimento;
  • viajar ao menos duas vezes (uma em família e outra romântica).


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Tempo, meu amigo, favor me aguardar!


Um novo ano se iniciou que, agora, nem é mais tão novo, e tenho tido dificuldades em acompanhar esse meu querido amigo. Impedida de repetir que 'não tenho Tempo', esse precioso tem me escapado sem piedade. Falta de planejamento ou de organização? Pode ser. Apesar de fazer dezenas de listas, fazer uso de alguns tantos apps (wunderlist, evernotes, trello, ...), indefinidamente me pego atolada em tarefinhas e tarefonas intermináveis que insistem em extrapolar o meu queridinho Tempo.


Mas fazendo uma breve retrospectiva, percebo que o mesmo tem sido bem aproveitado, porém, justamente por atividades não planejadas. Essas que preenchem as lacunas inexistentes são, em sua maioria, demandadas por minha pequena. Brincar e brincar e brincar são seu mantra e a mamãe aqui não ousa recusar, em alguns casos até adiar, mas dar negativas a uma coisinha linda de dois anos que com o olhar mais doce inicia os pedidos com 'per favor mamãe'?! Onde os frios não têm vez...



Ontem, ao chegar em casa, mal pude descer do carro e ouço 'Viva! Viva! mamãe chegou!', nesse instante o cansaço se esvai, as queixas de trânsito se dissolvem e o que persiste é apenas a vontade de satisfazer todos os mínimos desejos daquele serzinho constituído de puro amor. Sou 'arrancada' pela mão do carro, conta-me das mil e uma astúcias que aprontou com papai, em palavras soltas, impossível respirar com tanta expectativa. Aponta a bola que imediatamente chuta e já chama pra mamãe tocar de volta, grita goooool ao bater entre as pernas de uma cadeira. Na sequência, sobe na 'motoca' e pede pra empurrar, sai descendo ladeira abaixo com as perninhas tentando controlar o pedal e o estrondo da batida na parede é abafado pela gargalhada deliciosa de quem ainda pretende repetir o feito inúmeras vezes... Ou nem tantas, pois lembra-se de mostrar à mamãe o novo vídeo que descobriu no youtube com o papai, senta-se na esteira, pede pra que eu faça o mesmo, pula no meu colo, agarrada ou melhor colada, rosto com rosto e assim, paradas olhando para tela do computador, sentadas sob a esteira de palha, eis que solta:

- 'tô tão feliz, mamãe'!

Nenhum segundo é perdido, toda procrastinação vale a pena, meu querido Tempo, tudo em ti pode esperar, menos momentos como esses...